quinta-feira, 22 de março de 2012

A PERCUSSÃO DE MAURO REFOSCO: DE RHCP AO FORRÓ

Mauro Refosco foi entrevistado pelo Portal MTV e sobre o video de Did I Let You Know, ele afirma: “Perguntei pra banda se eles tinham assistido e todos acharam a ideia maravilhosa”.

Apesar de Anthony Kiedis ter declarado considerar ele o “Quinto Pepper”, ele sabe que não é membro da banda e diz. “…São os quatro, e eu sou contratado para fazer shows, turnê, gravações”.
Na entrevista, Mauro fala um pouco da sua carreira, seus projetos e perspectivas para o futuro. Catarinense de Joaçaba, radicado nos Estados Unidos desde os anos 90, Mauro tem uma trajetória bem mais ampla do que “apenas” os instrumentos de percussão que comanda no RHCP. Formado em percussão pela Unesp e pela Manhattan School of Music, o músico já tocou com o Atoms for Peace (de Thom Yorke, do Radiohead), faz parte da Forró In The Dark (grupo de brasileiros que divulga o gênero no exterior) e dividiu o palco com grandes lendas da música – David Byrne e Caetano Veloso entre elas.
Sobre o Chili Peppers, ele gosta de deixar claro: “Eu não sou membro da banda, é uma coisa bem definida entre eles. São os quatro, e eu sou contratado para fazer shows, turnê, gravações”. De Nova York, onde vive (ele diz sentir falta, muita falta, do Brasil), Mauro Refosco conversou por telefone com o Portal da MTV.
Como foi sua chegada no Red Hot Chili Peppers?
O Chili Peppers é uma banda que, se você reparar, tem vários discos com percussão. Eles já tinham um lance de incorporar a percussão na gravação dos discos, mas geralmente era naquela fase em que o disco já está pronto e eles chamam alguém para acrescentar. Eu conheci o Flea no Atoms for Peace, e rolou uma coisa legal, ele deve ter convencido os outros a me chamarem pra participar. Peguei o processo bem no começo da gravação do disco, e quando você participa assim, o seu toque fica mais visível, que foi o que aconteceu no disco todo (“I’m With You”). Tanto que o primeiro single, que era ‘Maggie’, no primeiro take que a gente fez, ficou bem espontâneo. E acho que eles não alteraram nada do que foi feito. Tocar todos juntos altera também o jeito que o Chad toca, algumas frequências ele não precisa cobrir, e isso também influencia o jeito do Flea, que influencia o Josh, cria um efeito dominó. O tracking junto foi legal nesse sentido.

O quanto o Forró In The Dark impulsionou sua carreira como instrumentista fora do Brasil?

A gente apresentou um lance que já existe muito forte no Brasil, que é o forró, vem de uma tradição muito grande. Foi mais apresentar mesmo, porque talvez as pessoas conheciam muito bossa nova e samba, que são os produtos de exportação da música brasileira, mais fortes e conhecidos. O lance era mostrar um pouco da malemolência do forró.

Além dessas bandas (Forró, Atoms, RHCP), existe algum outro projeto em curso?
Desde julho do ano passado até agora foi tudo muito intenso. Fiquei em Los Angeles dois meses, quando iniciamos os ensaios e alguns shows com o RHCP, e até o final do ano foi muito intenso. Mas, nesse período mesmo, eu fiz um lance com uma cantora que morava aqui nos Estados Unidos, a brasileira Karina Zeviani. Ela morou por anos entre Londres e EUA, e recentemente voltou ao Brasil. Aqui (em Nova York) ela cantava com a Thievery Corporation, e na Europa com a Nouvelle Vague. Ela tem um disco solo que vai ser lançado em maio, e que é muito legal. Toquei percussão em várias músicas, também compus uma faixa com ela e ajudei a produzir outras duas. É um trabalho do qual tenho orgulho de ter participado, ela é muito boa.

Fonte: RHCP Brasil

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